terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Helio Oticica

Thiago Augusto

Hélio Oiticica foi inovador em suas obras, principalmente quando se trata experimentos que envolvem estímulos sensoriais. Seus experimentos, que pressupõem uma ativa participação do público, são, em grande parte, acompanhados de elaborações teóricas, comumente com a presença de textos, comentários e poemas.

Analisemos a uma série de obras que ficaram conhecidas como “penetráveis”. O que Oiticica parece propor é uma experiência que vá além da visão e alcance outros sentidos. Nesse caso o principal diferencial inovador é o contato corpóreo de suas obras. Há uma maior interação da obra com o corpo do espectador. É possível e necessário passear, ou melhor, interagir com a peça. Oiticica faz com que a obra e o espectador se aproximem e interajam. É possível em alguns casos entrar nas obras. Corredores, labirintos e salas com cores fortes provocam reações adversas. As pessoas ficam imersas em uma imensidão de laranja. As pessoas podem se mover e ver/observar tudo de vários ângulos.

Oiticica foi um inovador e também um precursor das inovações experimentais que exigem a participação do público. Porém, por viver em um momento embrião da tecnologia esteve submetido a diversas limitações. O que podemos observar hoje são artistas fazendo experimentos com o público onde a interação é cem por cento maior. Auxiliados por recursos computadorizados e equipamentos eletrônicos promovem um tipo de arte onde o público tem influência sobre a arte final.

É como se a obra estivesse incompleta e só se completasse quando o público reagir. Por exemplo, temos o teatro Oi Casa Grande, onde há nos corredores telas sensíveis ao toque que mudam de cor de acordo com desejo do participante. Existem salas que mudam de cor de acordo com seus movimentos.

Enfim, a tecnologia tem sido uma grande companheira para os grandes artistas criarem experimentos sensoriais, porém, mesmo escasso de tecnologia Hélio Oiticica já promovia interessantes resultado com públicos variados no anos 60. Com novas tecnologias surgindo a cada instante e artistas cada vez mais experimentais, o que podemos esperar num futuro próximo?







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