Lygia Clark propõe com a sua obra, que a pintura não se sustenta mais em seu suporte como conhecemos. Ela procura novos vôos. A artista chama de “linha orgânica”, em 1954: não é uma pintura fechada nela mesma; a superfície se expande igualmente sobre a tela, separando um espaço, se reunindo nele e se sustentando como um todo.
O primeiro passo para essa interação é a queda das molduras. A arte como algo palpável, algo tangível e que para essa arte se expressar e passar sua essência, ela necessita do corpo humano e seus instintos.
O termo produção de presença aponta para todo fenômeno em que um efeito de tangibilidade irão tocar e afetar o corpo de uma pessoa. São capazes de moldar e produzir diferentes formas corporais e identidades corporais, nesse sentido, o corpo atuando juntamente com a arte, começa a ser um dado fundamental nos estudos de comunicação.
Segundo o site da própria artista Lygia Clark, estas séries caminhavam para longe do espaço claustrofóbico da moldura, queriam estar livres. É aquilo que Lygia queria, que cada figura geométrica projeta-se para além dos limites do suporte, ampliando a extensão de suas áreas.
As obras querem ganhar o espaço. O trabalho com a pintura resulta na construção do novo suporte para o objeto. Destas novas proposições e do estudo da linha orgânica, nascem os “Casulos, 1959”. Feitos em metal, o material permite que o plano seja dobrado, buscando a tridimensionalidade pelo plano, deixando-o mais próximo da realidade. A pessoa começa a perceber e sentir uma tangibilidade com a arte. Lygia é pioneira em promover a participação do público como condição de possibilidade do próprio acontecimento artístico.
Segue abaixo, algumas obras da artista que representam a tangibilidade e a interação necessária do público.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
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