terça-feira, 24 de novembro de 2009

Lygia Clark: Nostalgia do corpo – diálogo (1968)

O movimento concretista brasileiro surge nos anos 50, em São Paulo, com o objetivo de acabar com a distinção entre forma e conteúdo, criando uma nova linguagem. Buscava evidenciar as mudanças de percepção e sensibilidade que a experiência nos centros urbanos provoca. Contudo, sua produção mantinha o compromisso com a produção industrial. O neoconcretismo, por sua vez, surge no final dos anos 50, no Rio de Janeiro, em reação ao concretismo ortodoxo. Os neoconcretistas alegavam que a arte não é mero objeto, a arte tem expressividade, subjetividade. As obras de ambos os movimentos objetivavam as posições de cada um dos lados, valendo ressaltar que os movimentos eram, invariavelmente, mais conceituais do que práticos.

O neoconcretismo preservava sua essência humanística, “pregando” a irredutibilidade da experiência estética. O movimento buscava recuperar o humano e reabilitar o sensível. Tinha intenção de revitalizar o relacionamento do sujeito com seu trabalho. Em suas experimentações diversas, assume ruídos como meio de melhor interagir com o espectador dando-o a chance de acrescentar significado à obra, sentindo-se parte integrante do objeto, atribuidor de significados. Essa dinâmica funcionava, na verdade, a partir do momento em que o indivíduo se apropriava da obra para ultrapassá-la.

Nostalgia do Corpo: Diálogo (1968), que propõe ao espectador sentir coisas simples, como o sopro da respiração e o contato com uma pedra na palma da mão. Ela instiga o lado mais primitivo, levando o espectador a fazer uma viagem interna. Ela usa o externo afim de estimular o interno e, com isso, mostra a essência de todo o repertório do movimento neocroncetista, aonde o externo só o é a partir da participação do interno e onde o espectador é a própria obra.

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