segunda-feira, 30 de novembro de 2009


A Empresa
A Invento é uma empresa de estamparia aplicada em presentes temáticos.
Através da formulação e execução de projetos que fortalecem a marca junto ao público, a Invento busca criatividade aliada à qualidade dos produtos.

O Site
Além da coleção exclusiva, foi criado um web site que também servirá como catálogo digital. O design do site foi criado de acordo com o conceito do “mundo da imaginação”, assim as páginas não possuem fundos nem padrões, são inteiramente desenhadas. As páginas serão disponíveis em HTML e contarão com animação em Flash. Os layouts serão frequentemente mudados, principalmente na página de “Lançamentos”.
As páginas são divididas por tema, por exemplo “amiga”, “mãe”, e dentro de cada uma delas serão encontrados todos os produtos que possuem essa tematização. No web site os lojistas terão, ainda, acesso à todos os produtos e poderão efetuar diretamente a compra.






O Stand
Futuramente é de interesse de a empresa montar um stand na Gift House & Fair, uma feira de negócios da área. Como expositor, é essencial atrair a atenção do público de maneira diferente, dessa forma, o uso de estratégias como a comunicação multissensorial é essencial. O uso de telões ou televisões com imagens interativas, por exemplo é um modo de atrair a atenção dos lojistas. A criação de todo um ambiente que junte o cheiro (como uma essencial), o som (como músicas estimulantes), as superfícies, que remetam aos produtos, é importante para compor o conceito da marca. É através de eventos como esses que a empresa abrirá seu leque de clientes.

My - Projeto Editorial Experimental

Uma revista de design que vai além da leitura. Uma revista que propõem a total interação com o público de uma forma customizada e objetiva. Cada leitor montará suas edições e sua própria fonte de inspirações e bancos de dados físico.
A revista My, é uma revista inusitada e inovadora focada em uma ergonomia organizacional prática e ousada. Uma revista basicamente de design, voltada para quem quer organizar seu próprio conteúdo, montar seu próprio arquivo de banco de imagens, material visual e fonte de inspiração. A My é formada basicamente por imagens e legendas
com seções cuidadosamente elaboradas para, a cima de tudo inspirar o leitor. A qualidade gráfica da revista é um aspecto indispensável, toda customizada a My traz elementos únicos a cada edição. As seções girarão em torno de um te
ma específico, atual e moderno ditados a cada edição, e assim, ilustrações, peças publicitárias, arte de rua, grafite, peças gráficas, tutoriais, objetos de desejo, enfim todos os ramos do design serão selecionados e mostrados para que o leitor molde seu estilo, gosto e preferências.

As páginas da My serão estratégicamente pensadas para o arquivamento e ao mesmo tempo pensadas de uma maneira organizacional que não fiquem espalhadas se por ventura não convir ao leitor arquivar. Cada página possuirá três furos, pequenos que não prejudicarão as páginas nem as imagens (maioria de página inteira). Dois furos destinados ao fichário e um furo para o pino removível rotacionável. A capa das edições será composta basicamente por logo e o tema geral da edição (cada edição possuirá um tema “universal” e todas as peças girarão em torno deste tema), deixando assim o tema bem visível para o comprador (visto que a embalagem é translúscida) deixando-o livre para escolher comprar o tema que mais lhe agradar como por ex.: Cores, Tipografia, Rock’n’roll, PB, Laranja, Surrealismo etc. Além disso, a capa serve como delimitador de assuntos dentro do organizador. As seções da revista (Ilustração, Fotografia, Galerias de um artista específico, Sketchbook etc) serão iniciadas por uma página temática contendo somente o nome da seção, desta forma ela também servirá como divisória para o fichário. As seções não são fixas, sendo assim a cada edição pode surgir uma nova, ou mudar o modelo da capa de seção da revista anterior, dando liberdade para o consumidor usar a divisória que quiser, trocar periodicamente de modelo e criar novas seções.

Essa interação sensorial com o público conjugada a uma proposta de valor ousada e determinada abre portas para que a interação objeto leitor vá além do tátil. Uma música ambiente no site que tenha a cara da revista, texturas específicas para páginas específicas e cheiro especial a cada embalagem podem aproximar ainda mais público-alvo e fazer da My uma revista-objeto totalmente colecionável e ambientada, que conhece a cara do seu público. Receita de sucesso.

Rabbit - Uma Empresa de criação de estampas




O projeto de conclusão de curso tem o objetivo de desenvolver uma empresa que oferecerá a criação de estampas. Essas serão fornecidas para que se possa imprimi-las em diversas superfícies, sempre tendo como base as tendências atuais da moda.



SITE





Para a empresa ser divulgada, foram desenvolvidos dois meios de comunicação: site e catálogo.
O site servirá para a divulgação de cada coleção feita pela Rabbit. O usuário poderá interagir escolhendo as estampas e aplicando-as aos objetos escolhidos. Foi desenvolvido para ser feito em HTML junto com animação em Flash. Semestralmente o site será atualizado com as novas estampas e coleções da empresa.
Na página inicial terá um banner animado divulgando sempre a coleção mais recente. Além disso, terá uma breve explicação da história e o diferencial da empresa. O layout do site está baseado no conceito e posicionamento da marca, mostrando o caráter lúdico e divertido ao visitante.


CATALOGO

O catálogo servirá como portfólio da empresa divulgando a primeira coleção. Serão mostradas as estampas, justificativas da criação e suas aplicações. O cliente poderá observar de maneira mais tangível o serviço oferecido pela Rabbit. Serão impressos em papel Couché 230gr (capa) e 180gr (miolo). Este será distribuído na estréia de lançamento para os convidados e no contato pessoal com os futuros clientes.







Estudo Multisensorial da marca Panier

Som

Em um estudo publicado no Journal of Consumer Research, Ronald E. Millman demonstrou que o ritmo da música de fundo afetava o serviço, os gastos e o movimento em lojas e restaurantes. Quanto mais lenta a música, mais tempo as pessoas permanecem no local e com isso, mais as pessoas compram, ao passo que quanto mais forte o ritmo, menos elas gastam. O estudo mostra que a despesa media em jantares era de 29% maior quando a música era lenta.
Em um estudo realizado por Judy Alpert e Mark Alpert, a música triste levou a maiores impulsos de compra, contudo, a música alegre prova produzir alegria.
O som está se tornando mais sofisticado e a primeira coisa a fazer é determinar qual o papel que ele irá desempenhar em seu produto ou serviço.
Relacionar som a uma marca não é algo fácil de se fazer, e a maioria dos sons usados são curtos e mais comuns no setor de eletrônicos. Uma marca que usou som com sucesso foi a Intel, por exemplo.
O setor que estarei analisando é o de padarias. Em geral, padarias não são “empresas” formais, são antigas e não se modernizaram. O Panier se propõe a fazer uso de jazz clássico como som ambiente, tudo para ajudar a construir o clima de “bistrô francês”. O som escolhido tem tudo a ver com a atmosfera da loja e com o produto final. Uma experiência é criada ao fechar os olhos na loja, ouvir o jazz suave e sentir o cheiro de pão recém saído do forno.
A questão é que para criar um recall da música com a marca, é necessário que o som seja propriedade exclusiva da empresa. E isso não é algo exatamente simples de se fazer para uma padaria. A forma mais comum pela qual o som é usado pelas grandes marcas é em anúncios televisivos, ou na própria utilização do aparelho (ao ligar ou desligar). No caso de padarias, um som poderia ser usado ao adentrar o ambiente, mas poderia causar estranhamento, por não ser um método comum no setor gastronômico.

Visão

Segundo Martin Lindstrom o sentido da visão é o mais “sedutor de todos os sentidos”.
Começando pelo logotipo da marca Panier, pode-se ver que ela tem características orgânicas e parece que foi desenhada com pincel. Isso passa a sensação de algo artesanal, que se reflete diretamente no produto final, que é o pão. Os arabescos ao redor do logo que saem das letras se assemelham ao vapor do pão quentinho. A cor escolhida, o laranja, lembra o dourado que fica o pão quando sai do forno. O principal símbolo da marca é croissant francês, que é o carro-chefe da loja e está presente no cartão de visita. O ideal é que olhando a forma do croissant, os consumidores associem a marca Panier. Essa é uma difícil tarefa, mas o Panier deseja ser reconhecido como referencia do mercado de sanduíche de croissant.
Para ajudar a compor essa característica artesanal, na papelaria foi feito uso de ilustrações de aquarela com tons pasteis sobre papel verge, usado para esse tipo de pintura. O ambiente da loja tem um clima europeu, com mural de campo de lavanda e pequenos becos de Provence. Os móveis de madeira ajudam na atmosfera “caseira” e rústica. Todos esses fatores ajudam a compor a imagem do Panier.



Toque

O que sentimos sobre uma marca está muito relacionado com o tipo de qualidade que atribuímos ao produto. A sensação causada pelo produto é essencial na formação da percepção que temos da marca.
Esse sentido foi seriamente levado em consideração ao se pensar no cardápio da loja. Foi decidido que seria usado papel verge por causa das aquarelas, e foi considerado fazer uma laminação fosca no cardápio, mas fazendo isso, o papel perderia sua textura e perderia também sua característica artesanal. Por isso, o papel foi deixado em seu estado original e tem peso grande para manter o fator artesanal.




Odor

Nosso sistema olfativo é capaz de identificar uma lista infinita de cheiros que nos cercam diariamente. As essências evocam imagens, sensações, lembranças, e associações. Segundo Lindstrom, o cheiro nos afeta significativamente mais do que imaginamos. O olfato pode alterar nosso humor. Resultados de testes têm demonstrado 40% de melhora em nosso humor quando estamos expostos a um aroma agradável – principalmente se o aroma desperta uma lembrança feliz.
O odor é talvez o sentido mais importante no setor gastronômico, do qual o Panier faz parte. Para otimizar esse sentido, foi definido que dentro da loja, ficaram dois pequenos fornos esquentando pães o tempo todo, isso garantirá duas coisas. Primeiramente o cheiro muito atrativo de pão quente, e também servirá como garantia para os clientes de que os produtos são frescos.



Estímulo

Valores: Tradição, rústico.
Estímulo sem marca: Cheiro de pão recém saído do forno e jazz como música ambiente.
Estímulo com marca: Aroma exclusivo do sanduíche de croissant.


Melhoria

Valores: Inovação, frescor, energia, alegria.
Melhoria sem marca: Forma do pão croissant.
Melhoria com marca: Sanduíche exclusivo feito com pão de croissant, o pão um pouco maior que o tradicional.


Vínculo

Valores: Artesanal
Vínculo: textura do cardápio e do pão.
Extensão do vínculo: Com a combinação de texturas (do cardápio, do pão) e das pinturas de aquarela, e empresa passa uma sensação de produzir produtos caseiros e sofisticados.

O objetivo de sua marca deve ser atingir a excelência sensorial. E para alcançá-la, é preciso avaliar cuidadosamente os seguintes critério:
1. Reavaliar os pontos de contato sensoriais existentes.
2. Buscar sinergia através dos pontos de contato sensoriais.
3. Manter um pensamento inovador em termos de sensoriais, antecipando-se aos concorrentes.
4. Possuir consistência sensorial.
5. Adquirir autenticidade sensorial.
6. Executar progresso constante através dos pontos de contato sensoriais.


Sensagrama da marca Panier em relação aos seus principais concorrentes.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Lygia Clark: Nostalgia do corpo – diálogo (1968)

O movimento concretista brasileiro surge nos anos 50, em São Paulo, com o objetivo de acabar com a distinção entre forma e conteúdo, criando uma nova linguagem. Buscava evidenciar as mudanças de percepção e sensibilidade que a experiência nos centros urbanos provoca. Contudo, sua produção mantinha o compromisso com a produção industrial. O neoconcretismo, por sua vez, surge no final dos anos 50, no Rio de Janeiro, em reação ao concretismo ortodoxo. Os neoconcretistas alegavam que a arte não é mero objeto, a arte tem expressividade, subjetividade. As obras de ambos os movimentos objetivavam as posições de cada um dos lados, valendo ressaltar que os movimentos eram, invariavelmente, mais conceituais do que práticos.

O neoconcretismo preservava sua essência humanística, “pregando” a irredutibilidade da experiência estética. O movimento buscava recuperar o humano e reabilitar o sensível. Tinha intenção de revitalizar o relacionamento do sujeito com seu trabalho. Em suas experimentações diversas, assume ruídos como meio de melhor interagir com o espectador dando-o a chance de acrescentar significado à obra, sentindo-se parte integrante do objeto, atribuidor de significados. Essa dinâmica funcionava, na verdade, a partir do momento em que o indivíduo se apropriava da obra para ultrapassá-la.

Nostalgia do Corpo: Diálogo (1968), que propõe ao espectador sentir coisas simples, como o sopro da respiração e o contato com uma pedra na palma da mão. Ela instiga o lado mais primitivo, levando o espectador a fazer uma viagem interna. Ela usa o externo afim de estimular o interno e, com isso, mostra a essência de todo o repertório do movimento neocroncetista, aonde o externo só o é a partir da participação do interno e onde o espectador é a própria obra.

Desenhe com Dedo e Luvas Sensoriais de Lygia Clark


Lygia Clark é entre os artistas vinculados ao concretismo, quem melhor compreende as relações espaciais do plano. Nasceu em Belo Horizonte, 1920 e faleceu no Rio de Janeiro, 1988.Sua preocupação volta-se para uma participação ainda mais ativa do público.

 

Desenhe com o Dedo (1966)  - Um dos principais objetos em exposição no MAM do Rio de Janeiro. Esta obra é uma almofada plástica recheada de água, que, com a participação do espectador, torna-se uma superfície sobre a qual se pode criar linhas fazendo desenho com os dedos.

Luvas Sensoriais (1968)Um dos trabalhos voltados para o corpo, que visam ampliar a percepção, provocar diferentes emoções. A redescoberta do tato por meio de bolas de diferentes tamanhos, pesos e texturas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Hélio Oiticica - Tropicália



Helio Oiticica, original do Rio de Janeiro, e viu como forma de se expressar através da pintura, escultura e artes plásticas. É considerado por muitos um dos artistas mais revolucionários do seu tempo, tendo suas produções se destacarem pelo caráter experimental, político e inovadoras. Foi um dos artistas mais importantes do movimento neoconcreto, movimento artístico que surgiu em reação ao concretismo ortodoxo, o que o tornou um artista mundialmente conhecido.



As características de suas obras, entre outras, incluíam a possibilidade de ativa participação do publico, e com armações de madeiras e fios de nylon, Orticica criava uma verdadeira experiência dos sentidos, gerando labirintos móveis com diferentes cores e formas fazia a percepção sensorial do apreciador aflorar, além de textos e poemas, os quais conceituavam suas obras.



A obra em questão refere-se à Tropicália, cujo foi seu penetrável mais famoso. Objetivava caracterizar um estado brasileiro e é a primeira tentativa consciente objetiva, de impor uma imagem obviamente “brasileira” ao contexto atual da vanguarda e das manifestações em geral da arte nacional.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Hélio Oiticica: Penetráveis




Nascido e falecido no Rio de Janeiro, Oticica no início de sua carreira, em seus primeiros quadros via-se já muito nítida a tendência do artista a superar o plano bidimensional, pela utilização da cor com evidentes intenções espaciais.
Abandonando o quadro e adotado o relevo, bem cedo incursionaria Hélio por novos domínios, criando seus núcleos e penetráveis, para chegar em seguida à arte ambiental, em que melhor daria vazas a seu temperamento lúdico e hedonista.
Todas essas experiências serão objeto de importante exposição efetuada em 1969 na Whitechapel Gallery, de Londres - no seu dizer, "uma experiência ambiental (sensorial) limite".

Em 1960, cria os primeiros Núcleos, também denominados Manifestações Ambientais e Penetráveis, placas de madeira pintadas com cores quentes penduradas no teto por fios de nylon. Neles tanto o deslocamento do espectador quanto a movimentação das placas passam a integrar a experiência.


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Os "Penetráveis", foram criados para serem vivenciados (ou penetrados) pelo espectador. Nestas obras, o artista passa a criar espaços de convivência que rompem com a relação formal entre arte e observador e pedem presença ativa e distendida no tempo.


Lygia Clark - Máscaras Sensoriais

Uma belíssima pintura, exposta em uma parede a dois metros de distância em um museu internacionalmente famoso. Essa certamente não é o conceito de arte abordada por Lygia Clark. Em 1959, Lygia Clark assinara o Manifesto Neoconcreto, herdando certos posicionamentos do movimento concreto, como a participação da arte na transformação social, porém adicionando novos aspectos como a multisensorialidade e o simbolismo da obra a partir do contato com o espectador.

Para uma das mais notáveis e inovadoras artistas brasileiras a arte deveria experimentada. Cada obra de Lygia exigia do expectador sair de seu papel de meramente passivo e assumir uma forma única com sua criação. E justamente a ação, o ser humano ativo dentro da obra, a forma de cada um experimentar de forma ímpar cada obra toravam as obras de arte em objetos vivos e mutáveis. A obra só estaria completa no ato.

Tocar, cheirar, apertar, sentir, interagir. Este era o propósito maior das obras de Clark. Entrar em contato com este novo universo artístico significa deixar um pouco de si e levar um pouco do que a artista desejava.

Sejam em "Bichos" - escultura de chapas de metal que transmutavam em diversas formas a partir do desejo do usuário; nos entrelaces de corpos na fase denominada "Nostalgia do corpo" ou ainda nas "Máscaras Sensoriais" que provocavam uma explosão de sentidos ao participante.

É difícil descrever o funcionamento das obras de Lygia Clark, pois a obra é realmente mutável e de significado ímpar para cada um. Porém para detalhar melhor a obra "Máscaras Sensoriais" utilizarei alguns trechos encontrados no seu "Livro Obra" (publicação de 1983 de textos escritos pela própria artista e de estruturas manipuláveis, relatando a trajetória da obra de Lygia desde as suas primeiras criações até o final de sua fase Neoconcreta).

Segundo Lygia Clark, as Máscaras Sensoriais, de 1967, seriam um meio de fazer o homem encontrar o fantástico dentro de si, pois ficava alheio ao mundo de que há pouco fazia parte. Pelo tato, sons e odores, o participante poderia ser levado "a um estado equivalente ao da droga", ao perder contato com a realidade externa.

Feitas de tecido, as Máscaras Sensoriais cobriam toda a cabeça, eram de diferentes cores (verde, rosa, azul, púrpura, cereja, branco e preto) e davam aos participantes um aspecto monstruoso. Eles tinham ouvidos e olhos tapados – por dispositivos que variavam de máscara para máscara, alterando a audição e a visão – e uma espécie de bico, que abrigava diferentes substâncias, como ervas aromáticas, para o estímulo olfativo.

Ao usar a máscara, cada um poderia experimentar momentos de integração com o mundo exterior ou uma interiorização, que poderia chegar ao isolamento absoluto. Cada reação dependia das respostas cerebrais dadas aos estímulos. Segundo Clark, "As máscaras permitem habitar um espaço intermediário entre o real e a fantasia, entre o exterior e o interior."

Hélio Oiticica e a multisensorialidade dos parangolés



Hélio Oiticica e a multisensorialidade dos parangolés.

Hélio Oiticica foi um pintor, escultor, artista plástico e performático de aspirações anarquistas. É considerado por muitos um dos artistas mais revolucionários de seu tempo e sua obra experimental e inovadora é reconhecida internacionalmente. Uma de suas principais obras é o parangolé, expressão artística que envolve a dança os tecidos e as cores.

O parangolé vem de uma relação com a dança, o samba mais especificamente, a uma imersão no ritmo, leveza e suavidade.

São capas, ou bandeiras para serem vestidas ou carregadas por uma pessoa . As capas são feitas com panos coloridos, que podem levar reproduções de palavras e fotos interligados, que são vistos apenas quando a pessoa se movimenta. A cor ganha expressão, em conjunto com a dança e a música. A obra só existe, portanto, quando ha a interferência de alguem: a estrutura depende da ação. O participante vira obra ao vesti-lo.

No entanto, ao vestir o Parangolé o corpo não é o suporte da obra. Oiticia diz que se trata de "incorporação do corpo na obra e da obra no corpo". Então, segundo diz Oiticia, "o objetivo é dar ao público a chance de deixar de ser público espectador, de fora, para participante na atividade criadora".

O Parangolé Oticia, faz não só o espectador contemplar a cor como tambem vestir-se dela, ou seja, ser a cor propriamente dita. Ele passa a sentir a cor pelo movimento dos panos, que passa a ser percebida pelas sensaçòes produzidas pelas experiencias visuais e de movimentos. Essa maneria artistica quebra as barreiras tradicionais da forma de ver a arte somente de uma maneira visual.

Lygia Clark - A Casa é o Corpo: Labirinto


Nasceu em Minas Gerais mas residente do Rio de Janeiro. Decidiu dedicar-se a arte, sempre tentando revolucionar e abrir novas perspectivas para a visão contemporânea brasileira. Para isso experimentou a arte multisensorial, que exigia a psicanálise e a expressão artística, formando assim uma nova orientação, o neocontrtismo (1959). Em seu trabalho, Lygia sempre busca a interação do espectador por objetos sensorias, como sacos plásticos, pedras, conchas, luvas, despertando assim as sensações e fantasias.

Uma exposição que me chamou atenção foi a "A Casa é o Corpo: Labirinto" de 1968. Foi instalada no MAM - RJ e posteriormente na Bienal de Veneza. A obra tem 8 metros de comprimento e simula um imenso útero a ser penetrado pelo visitante, que reproduz as sensações de um parto, pois é levado a experimentar sensações táteis ao passar por compartimentos denominados "penetralção", "ovulação", "germinação" e "expulsão" do ser vivo. O homem, se torna um organizmo vivo, inverte os conceitos casa e corpo. Agora o corpo é a casa.

"Bichos" - Lygia Clark

Felipe Vianna e
Thiago Augusto


Em 1960, a pintora e escultora brasileira contemporânea, Lygia Clark resolve explorar a maleabilidade dos materiais mole (alumínio, borracha) para produzir as suas esculturas. Ela faz isso com o objetivo de aumentar ainda mais a participação do espectador com as obras.

Neste mesmo ano, Lygia tornou-se pioneira na arte participativa mundial realizando uma exposição com a sua série de esculturas chamada "Bichos", a qual era feita em alumínio, com dobradiças, que promoviam a articulação de diferentes partes que compõem o "corpo". Um ano depois, Lygia ganha o prêmio de melhor escultura nacional na VI Bienal de São Paulo, por "Bichos".






Lygia Clark

Lygia Clark propõe com a sua obra, que a pintura não se sustenta mais em seu suporte como conhecemos. Ela procura novos vôos. A artista chama de “linha orgânica”, em 1954: não é uma pintura fechada nela mesma; a superfície se expande igualmente sobre a tela, separando um espaço, se reunindo nele e se sustentando como um todo.
O primeiro passo para essa interação é a queda das molduras. A arte como algo palpável, algo tangível e que para essa arte se expressar e passar sua essência, ela necessita do corpo humano e seus instintos.
O termo produção de presença aponta para todo fenômeno em que um efeito de tangibilidade irão tocar e afetar o corpo de uma pessoa. São capazes de moldar e produzir diferentes formas corporais e identidades corporais, nesse sentido, o corpo atuando juntamente com a arte, começa a ser um dado fundamental nos estudos de comunicação.
Segundo o site da própria artista Lygia Clark, estas séries caminhavam para longe do espaço claustrofóbico da moldura, queriam estar livres. É aquilo que Lygia queria, que cada figura geométrica projeta-se para além dos limites do suporte, ampliando a extensão de suas áreas.
As obras querem ganhar o espaço. O trabalho com a pintura resulta na construção do novo suporte para o objeto. Destas novas proposições e do estudo da linha orgânica, nascem os “Casulos, 1959”. Feitos em metal, o material permite que o plano seja dobrado, buscando a tridimensionalidade pelo plano, deixando-o mais próximo da realidade. A pessoa começa a perceber e sentir uma tangibilidade com a arte. Lygia é pioneira em promover a participação do público como condição de possibilidade do próprio acontecimento artístico.

Segue abaixo, algumas obras da artista que representam a tangibilidade e a interação necessária do público.


Bichos, 1970


Águas e Conchas


Eu e Tu, 1967


Máscaras Sensoriais, 1967


Planos em Superfície 05


Planos em Superfície Ondulada 02